Com vinte e poucos anos, no ápice da beleza e boa forma, com um talento acima da média para quase todas as atividades tanto físicas quanto intelectuais e rodeado por damas bonitas, Henrique VIII era considerado o príncipe mais promissor da cristandade. Mas uma coisa afligia a mente do jovem rei, ele não tinha um herdeiro do sexo masculino e todas as suas crianças com sua esposa espanhola, Catarina de Aragão, nasciam mortas (a única que vingou foi a princesa Mary).
Ao mesmo tempo, no castelo de Hever, a jovem Ana Bolena recém chegada da corte francesa (onde foi educada, sendo dama da Rainha Margaret of Austria) suspirava de amores pelo jovem Henry Percy, herdeiro de uma das famílias mais importantes da Inglaterra e dono de muitas terras, e desejava ter um destino diferente do de sua irmã Maria. Ela foi para Corte do rei Henrique e logo se destacou pela sua aparência exótica e seu sex appeal, na corte francesa ela aprendeu muitos artifícios para seduzir um homem, desde “artifícios íntimos” até como atrair um homem usando o olhar.
Ana seduziu Henrique negando as suas investidas amorosas e se recusando a consumar o flerte. Desesperado por Ana e “emburrado” com a Espanha por questões políticas, Henrique decide se separar de Catarina…. Roma, é claro, nega o divórcio, principalmente porque não queria perder o ouro que o império espanhol conseguia na América Espanhola. Isso deixa Henrique furioso e ele rompe com a Igreja Católica e cria a Igreja Anglicana, todos os mosteiros e casas religiosas da Inglaterra são destruídas e saqueadas a mando do rei e todos os seus bens (podem acreditar, eram MUITOS!) foram parar nos cofres reais, as taxas que eram pagadas para a Igreja continuam sendo cobradas nos “templos religiosos” mas em vez de irem para Roma, vão para o bolso do rei. Assim podemos perceber que a reforma anglicana não era totalmente por amor…
Em relação ao tesouro das casas religiosas, Ana Bolena (que agora era rainha da Inglaterra, sendo uma das únicas esposas de Henrique VIII que foram coroadas e ungidas) enfrenta Thomas Cromwell, ministro do rei, sobre a questão dos tesouros que iam para o cofre real. Ela disse que esse dinheiro deveria ser investido em hospitais e universidades, gastos para o bem do povo e não deixando o rei e seu ministro mais ricos, agindo em prol de seu povo, a rainha Ana fez um poderoso inimigo, que não mediu esforços para derrubá-la. Após dar a luz a Elizabeth, perder alguns bebês e dar a luz a um menino morto e deformado, a rainha começou a cair. Por causa de seu comportamento “ardente” e da proximidade com seu irmão George (os dois eram tão próximos que, segundo alguns historiadores, eles realmente se desejavam com um marido deseja sua esposa ). Ela foi acusada de ser amante de seu irmão e de mais alguns de seus cortesãos favoritos (muitos deles faziam parte de um círculo homossexual, inclusive George), ela e seus “amantes” foram executados em 1536.